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Tradicionalismo daquilo que apodreceu.

Escutam-se, hodiernamente, das mais variadas bocas, línguas e cabeças, o pronunciar e o cuspir, pelos quatro pontos cardeais, da seguinte frase: o sistema político e eleitoral brasileiro apodreceu!... Não obstante, tal putrefação é clara e evidente, cujo seus eflúvios são sentidos pelo país afora, pois, enoja demasiadamente grande parte das poucas pessoas que possuem um pouco da sensatez ainda restante no Brasil.Questões há, inúmeras por sinal, a serem discutidas na chamada: reforma política; ela, por sua vez, apresenta pontos cruciais e importantes para a saúde moral e intelectual da nação. Todavia, a aprovação de tal matéria parece cada vez mais distante em um Congresso Nacional mórbido, insosso, corrupto e manchado.Até mesmo o digníssimo e excelentíssimo Presidente do Senado Federal afirma e confirma tal apodrecimento da estrutura e do sistema político nacional. Ora, se até Calheiros percebeu, ele, um homem reprovável, mentiroso e, o mais nauseante de tudo, um adúltero, ou seja, se até esse melo senhor (cujo, segundo consta, fraudou notas fiscais de frigoríficos assaltados de formas torvas e misteriosas), inescrupuloso e arrogante, pois, não desce um minuto sequer do salto; se este sujeito assumiu tal falência das bases políticas é porque já ultrapassou patamares pra lá de alarmantes.Dentre os inúmeros pontos da tão sonhada reforma política, está o financiamento público de campanha e a fidelidade partidária, sem contar com o voto distrital e a lista fechada.Porém, uma rejeição tão forte as duas primeiras matérias citadas (fidelidade e financiamento público), abre um viés longo e claro para a uma indagação: será mesmo que este congresso, hoje a frente dos trabalhos, irá aprovar estes dois pontos cruciais a moralização da polícia nacional? Por que?A resposta é: dificilmente... Pois, esta legislatura do parlamento brasileiro, assim como as antigas, é filha legítima e escarrada do financiamento particular de campanhas e da infidelidade partidária. Ou seja, são retratos fiéis desses dois cânceres político-eleitorais.Nenhum ser em sã consciência, no caso deles em sã safadeza, desferiria um tiro contra a própria testa. Assim, fidelidade a algo, sigla ou alguém, não interessa a quem sempre beneficiou-se do contrário.Por conseguinte, no intuito de achatar o raciocínio, direciona-se o olhar a situação local. Dourados, por sua vez, será palco em 2008 de uma rinha eleitoral, onde quem viver sentirá seu fervor climatológico, literalmente. Para ter-se uma vaga idéia de como esta reforma é de suma importância a classe política, dos doze nobres e privilegiados vereadores de Dourados – MS, metade, ou seja, seis deles, já estão “caçando” outra sigla a fim de se instalarem e obterem vantagens.O mais recente a migrar de partido foi o deputado federal e pré-candidato a prefeito Geraldo Resende, um homem que, admiravelmente, viabilizou tudo para a cidade de Dourados (HU, UFGD, Hospital da Mulher, duplicação de várias rodovias, e até da invisível perimetral norte). Este parlamentar, por sua vez, trocou de legenda no puro e nefasto oportunismo político, gozando da pompa de visitas oficiais dos caciques do PMDB e, sobretudo, do Governador das palavras de ferro, Andre Puccinelli. Um autêntico e fatídico pão e circo digno dos velhos tempos da Roma Antiga.Não obstante, a sociedade permanece inerte e atônita assistindo a todo este simulacro que fere gravemente a dignidade e a autonomia na qual o eleitor dispõe mediante o sufrágio universal.Todavia, diversas bocas venosas e pseudo-moralistas, criticam os homens e as mulheres cujo “vendem” o próprio corpo em troca de dinheiro, porém, o que os esses seres da política estão fazendo também é uma prostituição fétida e pérfida, pior ainda, pois, esses nobres empregados do povo travestidos a terno e gravata, entregam-se tanto de corpo quanto de alma as facilidades de uma “vida-fácil”.
Anatólio Medeiros Arce. (*) Acadêmico de Ciências Sociais na UFGD.

Mais do que meros acadêmicos, somos críticos construtivos e reais da sociedade, pelo menos é assim que deveriamos ser.Viver a universidade, ser universitário em seu amplo sentido trespassa a idéia de apenas frequentar a sala de aula no período a que se segue o curso, mais do que isso, ser universitário é ter a capacidade de perceber os erros, os conflitos e os contrapontos que nos seguem e ser suficientemente humano para pelo menos questionar ou falar alguma coisa. E pra isso quero lembrar, que não precisamos ser nenhum grande filósofo, nenhum grande escritor que romaceia suas idéias ou usa termos exagerados ao impresionismo. Devemos ser ao menos capazes de discordar dos ideais e questionar as adversidades.
Meus parabéns ao meu grande amigo Anatólio pela matéria apresentada no Dourados Informa em 09/08/07.

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1 Comentários

  1. Eu é que sinto-me, plenamente agradecido e ao mesmo tempo honrado pelas suas palavras, exageradas um pouco ao meu ver, Kátia... Obrigado por ser essa companheira de lutas e desafios, ajudando a todos nós a encontrar novos rumos a essa sociedade carente de conhecimento que temos.... e sempre, orgulhoso por sermos alunos de pessoas cuja capacidade é imensurável e inquestionável, que são nossos professores doutores...
    POR: ANATÓLIO MEDEIROS ARCE

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