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Política ou politicagem?

Matias Belido dos santos (*)

Em época de debates e campanhas políticas se percebe uma expressão negativa estampada no rosto de muitas pessoas, me refiro à posição que uma parte da sociedade adota em relação à política. Alguns dizem: “eu odeio política”, outros afirmam: “política é tudo uma roubalheira”, e, há os que dizem: “política, religião e futebol não se discute”.
Durante muito tempo pensei que política era bem como alguns dizem, mas logo após ingressar no Curso de História da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, agora UFGD, comecei a ler alguns livros, trabalhos e artigos publicados sobre política, e, descobri que existe muita diferença entre política e politicagem.
Foi na Universidade que consegui perceber que todos estamos intimamente ligados a política, é como Aristóteles já apregoava na Grécia Antiga: o ser humano é um animal político.
Alguns podem se perguntar: Mas, que diferença existe entre política e politicagem?
A política é a forma como utilizamos para administrar algo e ela não está restrita apenas ao modus operantes governamental dos chefes de governo eleitos por nós pelo voto direto, há também, a nossa política diária; como cuidamos de nossa casa, de nossa família, de nosso corpo, etc.
Por outro lado, politicagem tem significado totalmente diferente, é a arte de ludibriar, enganar e levar vantagem, utilizando-se da máquina pública administrativa em benefício próprio.
E eu a confundir politicagem com política!
Na verdade, eu como muitos outros brasileiros, odiava a politicagem e não a política.
A bem da verdade, o pensamento de milhares de brasileiros é de que a política do Brasil não é justa e honesta. Nesse sentido, os meios de comunicação contribuem eficazmente noticiando a onda de corrupção vinculada quase sempre à política. Esse papel é importante e plausível, mas, muitas vezes serve para confundir ainda mais o conceito de política.
Mesmo compreendendo a política de uma outra forma, é preciso dizer que não estou inserido nela, e muito menos cheio de ideologia e confiança em mudar o poder, mas, reconheço querer ver a política com mais participação popular, com mais igualdade e justiça social.
Nesse sentido, devo dizer mesmo me contrariando, que nosso país está tão acostumado à politicagem que é cada vez mais difícil lutar por um ideal comum. Não estou falando de um ideal utópico, que nunca será possível alcançar. Ao contrário, penso em algo que é plenamente possível.
Entristece-me quando vejo que entre nós, alguns querem fazer uma (política) realmente limpa e, é na maioria das vezes, impedido desse exercício saudável por causa da herança politiqueira e corrupta que herdamos. Essa herança está impregnada na mente e no coração de grande parte da nossa sociedade, infelizmente.
No entanto, poderíamos nos perguntar: Até quando ainda estaremos acreditando que nosso país um dia saberá exercer uma política, limpa, sadia, honesta, totalmente voltada em benefício do bem comum?
Por mim, sei que, enquanto estiver pensando em política estarei lutando por uma sociedade mais digna, justa, mais honesta, por menos desigualdade social e por que não dizer, por um governo realmente político (voltado para uma administração que visa o benefício real da população que o elegeu).
Vale ainda ressaltar que a política em sua naturalidade pode ser sadia e confiável. E isso, depende exclusivamente do bom caráter e da ética assumida pelos seus representantes.
Ao contrário do que muitos pensam, é inevitável à condição de vivermos sem a política, pois, esta se encontra alastrada nos mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento de uma sociedade. Assim, todos nós somos seres políticos, mesmo aquele cidadão que odeia ou se omite a falar em política está demonstrando um ato político.
É por essas razões é que a política não pode ser confundida com politicagem.
Portanto, no limiar de mais um ano político, penso ser agora, isto é, neste ano de 2006, à hora de elegermos governantes que tenham sensibilidade social e que estejam voltados a uma política saudável, limpa e honesta.

(*) Pesquisador do Laboratório de Arqueologia, Etnohistória e Etnologia (LAEE), da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e aluno regular do mestrado em História. E-mail: mbelidosantos@ibest.com.com
Plágio é críme! Cite a fonte!

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1 Comentários

  1. é mentira não tem definição alguma ñ serve de nada

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