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Marcelo Camelo, mais a voz e o violão



Marcelo Camelo em Curitiba


Há quem diga que os shows de Marcelo Camelo são monótonos e sem brio. Há quem diga também e com relativa razão que o compositor e cantor é melódico de mais, é a parte "sensível" d'Los Hermanos, oposto da energia que muitos preferem em Rodrigo Amarante. Há quem diga (e aí me incluiria) que a combinação dos dois, mais a banda, é o que forma a sintagma Los Hermanos. 

É a harmonia do romântico melancólico e voluntariamente envelhecido e do enérgico objetivista e desejavelmente jovial. Bom, mas o assunto é "Marcelo Camelo Solo" (isso mesmo, "Solo" é uma espécie de sobrenome de cantores que separam e tentam alçar voo sem "matrizes" ajudadoras, as bandas mães que os ajudaram nos primeiros passos e mostrou-lhes como bater asas).

Sobre seu show posso falar apenas de um, afinal, acredito na multiplicidade e na subjetividade do espírito, que mexe com platéia e cantores, tornando cada show único, assim como as persepções do mesmo são únicas também da parte de que assisti. É por esse motivos que podem muitos descordar de mim, com direito, mas isso não muda minha forma de vê-lo e entender este cantor que, de certa forma, é controverso, afinal canta romantismos e por vezes destila ego e arrogâncias. Mas acho que isso faz parte do ser que conhecemos como "intelectual", dos homo pensantis.
O show em questão foi realizado em Curitiba, no Canal da Música, dia 24 de março de 2012. Com um espetáculo intitulado "Camelo, Voz & Violão" o que se viu foi a apresentação de composições antigas e novas. "Algumas 'inéditas'", como ele mesmo disse, outras bem conhecidas de fãs e admiradores, como "Morena", que contou a participação da mulher Mallu Magalhães, além de "Janta", do disco "Sou" também acompanhado da moça.


Como sempre acontece com Marcelo Camelo, não se pode ficar isento nas avaliações, ou você dorme com as músicas e depois reclama do que viu, ou, como fizemos, se deixa levar pelos acordes e toadas de violão, acompanhadas em algumas canções pela rabeca meio psicodélica e profunda de Thomas Rohrer. Trata-se de um exercício de sentimentalismo e poesia, um show em que lembramos de coisas boas e revivemos sensações.


Poderia terminar por aqui, mas como fã que sou do cantor fiz parte de um grupo esperançoso por uma foto e autógrafo, o que após pouco mais de uma hora e meia se mostrou um esforço inútil. Mas ainda assim, sem o registro caligráfico do gênio, saí com a certeza de que o Brasil tem boa música, pelo menos o que assim a considero.


Marcelo Camelo em Curitiba



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