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Sou Mestre, e agora?

história ampulheta

Todos que me conhecem sabem que no último dia 13 de agosto fiz minha defesa de Mestrado em História, em Dourados, MS. Como eu, diversos outros colegas e amigos defenderam ou defenderão suas dissertações na Faculdade de Ciências Humanas da UFGD, que se somaram as diversas outras em diversos outros programas de pós-graduação ao redor do país. 

Uma postagem do meu amigo Gustavo Balbueno no Facebook me chamou a atenção para questões que ficam quando se passa essa "fase". Acontece que depois que acaba, ficam  perguntas tais como: "o que fazer depois?" ou "onde usar meu título conquistado?". Muita coisa paira sobre  nossas cabeças, reles mortais, ou os restos que deles sobraram depois de alguns mergulhos em fontes, trabalhos de campo e escritas que, as vezes, parecem intermináveis. 

Fica um sentimento de que, hoje em dia, ser Mestre em História é "estar no limbo". Dependendo da perspectiva, essa afirmação tem um quê de verdade, mas nem sempre esse é o caso. Muitos colegas de turma, mesmo os que vieram antes ou virão depois, não planejam uma carreira acadêmica, ao menos imediatamente, preferindo seguir nas redes particulares e públicas de ensino. Neste caso, de um ponto de vista positivo, o Brasil estará ganhando professores com um plus de qualificação indiscutível. Por outro lado, em outra perspectiva, notamos que vem aumentando as exigências de formação magisterial, com pouca ou nenhuma mudança nos salários reais, o que pode criar dificuldades para diversos professores formados à tempos e, ao mesmo tempo, vantagens para alguns outros que verão seus "diplomas" de Mestre somando pontos nas concorrências de títulos em concursos. 

Os que pretendem seguir, sem dar muitas pausas (como espero seja meu caso), fica o desafio de sair das fileiras supostamente "medianas" para alçar voo e alcançar um teto de possibilidades, com um salário mais bacana, em um mundo universitário que exige cada vezes mais. Afinal, ser mestre, pelo menos em universidades federais, já se deixa transparecer uma virtual impossibilidade de acesso.


De qualquer forma, sendo uma fase de transição para o Doutorado ou um preparo extra para a vida em escolas e secretarias de educação, o fato é que a pós-graduação strictu-sensu em nível de Mestrado está preparando uma gama de profissionais novos e diferenciados. 



Resta saber o que de bom conseguiremos do Governo Nacional, dos estados e dos municípios, em tempos tão sombrios, onde questionamentos são simplesmente ignorados e salários perdem seu poder aquisitivo sem contar com reajustes adequados. 



Segue, entretanto, uma parte de mim buscando inspiração com base no prazer de pensar e fazer disso uma profissão.


Data original: 31 de ago de 2012

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