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Futebol, esporte de "macho"?

Rai, ídolo pelo São Paulo na década de 1990.

Eu sei que, por se tratar de um blog de história e humanidades, algumas pessoas prefeririam outros assuntos ao invés de ler sobre futebol. Afinal, já tem tanta gente que se dedica ao tema e, por outro lado, gente que não gosta do tema. Mas, a ideia aqui é outra e espero que sirva o debate: HOMOFOBIA no futebol. É um tema polêmico, mas que precisa ser refletido.

Acredito que algumas pessoas não sabem o que significa HOMOFOBIAoutras nem fazem questão. Estranho que meu dicionário (Mini Aurélio, digital, v. 5.12, 2004), não tenha essa palavra. Mas, achei um site* que serve ao propósito dessa postagem. Então lá vai:

homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais*. 

Algumas pessoas vão dizer: "ah, em pleno século XXI as pessoas continuam sendo preconceituosas no futebol?". A resposta vem com a simples observação de alguns "acontecimentos". 

Tempos atrás começaram a pipocar notícias sobre a homossexualidade de Richarlyson (hoje no Atlético-MG), quando este jogava no São Paulo. Daí você logo vai relacionar as coisas e pensar: "mas, você tá falando do time de bambis?". As conversas se multiplicaram e tinha gente querendo a cabeça de Richarlyson, afinal, "onde já se viu! Futebol é esporte de macho!". Quando a fase não andava boa para este jogador e cogitou-se a possibilidade dele sair do time do Morumbi, logo começaram a aparecer manifestações de alguns torcedores e mesmo dirigentes de times paulistas, onde alguns diziam "não, aqui não é lugar para ele!", "ele não se enquadra no perfil do nosso time".

Richarlyson é só um daqueles nomes que giram na boca de torcedores e piadistas de plantão. Ele é daqueles que "vem a público", ainda que ele mesmo negue ser homossexual - o que não vem ao caso neste momento. 

Outros dois exemplos recentes são de dois outros grandes jogadores: Toninho Cereso e Rai. O primeiro se destacou por causa da filha, Lea T., uma transsexual que vem fazendo sucesso no mundo da moda. Ele mesmo já se manifestou tempos atrás, dizendo que ama o "filho" e respeita sua escolha. Já o caso do Rai, para muita gente (inclusive a TV Globo), é mais "grave". Ele teria se "assumido" recentemente, deixado a família e confessado ter um relacionamento com um apresentador muito conhecido das noites de domingo. O apresentador foi proibido de se manifestar sobre o caso, com o risco de ser demitido.

Toninho Cereso e sua filha Lea T.

Bom, daí você deve tá se perguntando o que o "postador" de blog está querendo com esses "exemplos" esportivos. Minha resposta é também com uma pergunta e é a seguinte: até quando vamos excluir pessoas, seja física ou psicologicamente, do futebol ou qualquer outro esporte por sua opção sexual? Tá na hora do futebol, esporte de maior audiência no Brasil e em muitas partes do mundo, parar com essa palhaçada de levantar a bandeira da homofobia. Gays, assumidos ou não, ou héteros, como eu e muitos de vocês, só o que muda é a opção, não o caráter. 

Muitos pregam profissionalismo neste esporte tão adorado (as vezes até de mais) e continuam criando estereótipos, tabus e discriminações. Como se os jogadores que tem opção diferente fossem bichos, monstros e bestas feras que acabarão com a moralidade no esporte "mais másculo" do Brasil!

Para você que hétero ou não, fica a reflexão.

* SANTANA, Ana Lúcia. Homofobia. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/psicologia/homofobia/>. Caso não concordem com as ideias da autora, fiquem a vontade para comentar.

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