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O historiador do SE


Confesso que começo esse texto sem saber onde vai parar. Mas, fiquem tranquilos, pelo menos tenho uma ideia de como quero começar. Após publicar um texto e mais recentemente uma entrevista sobre o tema, que tiveram comentários muito produtivos, me vem a mente algumas possibilidades quanto a profissão de historiador. Talvez não sejam mais que algumas "viagens" da minha cabeça. Ou talvez não. 

Assim, me pego pensando na conjunção se. Alguns dirão que isso não existe em História, afinal, ela estuda o que já aconteceu de fato. De qualquer forma, acho que dá pra tirarmos sim alguma coisa proveitosa se imaginarmos o que poderia vir a ocorrer.

Fico pensando se o Historiador ou professor de História seria mais valorizado se tivesse sua profissão regulamentada. Imagine você um professor entrando na sala de mestres, sem ter que ouvir murmúrios e chacotas, por vezes em forma de perguntas maldosas do tipo: "pra que serve a história mesmo José?", ou "o que nossos alunos querem estudando essa matéria; onde vão usar isso em suas vidas?", "ah, mas tal matéria é muito importante (ao contrário de História que só promove a discórdia), por isso tem tantas aulas semanais pra ela" ou ainda pior, "ah, estamos precisando de horas para tal matéria na semana, acho que podemos conversar com o professor José, afinal, a matéria dele é mais fácil mesmo".

Outro se que me vem à cabeça, talvez o mais urgente, é se sendo profissionais reconhecidos teríamos que mendigar aulas em secretarias de educação. Acho que não. Aliás, isso já parece resolvido. Mas, nos dias em que vivemos, é só fazer uma busca rápida para encontrarmos professores formados em Matemática (Física, Química ou afins) ensinando História. Alguns vão dizer que faltam formados em História e eu fico me perguntando se isso é verdade. São vários cursos de licenciatura em História espalhados pelo Brasil, sejam públicos ou privados, não formam estes centenas de turmas todos os anos? 

Ligado ainda ao se anterior, seria o caso de pensar ainda na questão: e se dessemos mais espaço aos profissionais que dedicam seu tempo à fazer um curso completo de História; alguns passando alguns anos extras fazendo pós-graduações stricto ou lato sensu; outros fazendo cursos de extensão e participando de eventos relacionados?

Por fim, (acho que já estou viajando bastante, não é?) e se a matéria História fosse tão importante quanto qualquer outra? E se valorizássemos as pessoas que queimam seus neurônios para entender sociedades, culturas, conjunturas, estruturas, ações e revoluções? E se abandonássemos nossos programas de TV "barraqueiros" de fim de tarde para procurarmos explicações mais racionais (o máximo que fosse possível) para os problemas cotidianos, da favela às mansões, das madames às "piriguetes"? 

Enfim, e se o SE deixasse uma hora dessas de ser SENão sei se todos esses SES deixarão um dia de ser e acho que isso me diz que estou encontrando aqui um fim para o que comecei, mas não custa "viajar" um pouco né?

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