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"Como seria se eu fosse escravo": aluna Steicy


Negra vendendo caju. J. B. Debret, 1827.

Aluna Steicy Maisen

Minha vida foi um horror. Me faziam trabalhar de 12 a 15 horas por dia. Levantava por volta de 4 e 5 horas da manhã e no café da manhã era um pedaço de pão e um café. 

Eu trabalhava na cozinha, na venda de doces e salgados. Meu marido também trabalhava na lavoura. Nossa alimentação era uma cuia de feijão e uma porção de farinha de mandioca ou de milho. As vezes recebíamos toucinho, rapadura e charque para comer.

Muitos de nós morriam, porque a alimentação era fraca. Meu marido morreu, porque tentou fugir. 

E eu matei meus patrões, coloquei veneno na comida deles. Fugi com minha filha e estou morando com os quilombolas. 

Teve um barão que pediu minha mão em casamento, mas não aceitei, porque foi ele quem matou meu marido.

Viver com os quilombolas é muito bom, eles me tratam bem. Trabalho, mas bem pouco, minha filha já está grande.

Assinado "Mina"


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