Ticker

6/recent/ticker-posts

História da China através da arte (parte 01)




Hoje começamos uma nova etapa na divulgação da arte oriental: trata-se agora da cultura chinesa, mostrada em imagens que vão do séculos XVII e XX. Todas elas foram feitas durante a longa dinastia Qing (1644-1911). São imagens de famílias reais ou de figuras lendárias.


Registros Biográficos da Família Real Mu
(1931 d.C.) 


Este trabalho é uma cópia fiel, feita por um pintor do clã de Mu, comissionado por Joseph Rock para reproduzir retratos ancestrais, passados através das gerações. O corpo do trabalho registra o Tusi Mu de Lijiang, em Yunnan, desde a 1ª até a 33ª gerações. 

Rock (1884-1962) foi um explorador, aventureiro e cientista que nasceu na Áustria e, mais tarde, tornou-se um cidadão dos Estados Unidos. Passou grande parte de sua vida em áreas remotas da China Ocidental, patrocinado, em diferentes épocas, pela National Geographic, pelo Arnold Arboretum da Universidade de Harvard, pelo Ministério da Agricultura dos Estados Unidos e pela Universidade do Havaí. Rock contribuiu grandemente para as coleções asiáticas da Biblioteca do Congresso.

Veja o Livro da família Mu


Escritório do Grande Álbum da Paz de Faces da Ópera
(entre 1851 d.C. e 1911 d.C.)



Estas duas imagens fazem parte de um álbum de fotografias que mostra a produção dos personagens na Ópera de Pequim. Trata-se de um trabalho de um pintor da corte em ou após o reino de Tongzhi (1851-74). Na dinastia Qing, um Escritório da Grande Paz foi fundado para administrar a trupe teatral da corte. 

Quando apresentações sansonais e cerimônias de agradecimento aconteciam, este escritório se responsabilizava pela execução das peças. A maquiagem dos personagens nas peças em geral seguiam um conjunto de repertório de rostos e cores. 

As 97 pinturas deste livro mostra a maquiagem de nove tipos diferentes de peças. As ilustrações são feitas com muita habilidade, as cores são frescas, e tanto a base de seda e os pigmentos são da mais alta qualidade. Muito provavelmente, o álbum foi um "objeto de prazer para sua majestade."O álbum é muito valorizado pela sua arte e informações que contém, e constitui um precioso recurso para o estudo histórico de roupas e maquiagem, no início da Ópera de Pequim

Fênix de Nove Cabeças
(entre 1644 d.C. e 1911 d.C.)


Esta gravura da dinastia Qing (1644-1911) mostra a fênix de nove cabeças, uma criatura da mitologia chinesa com corpo de ave e nove cabeças com rostos humanos. É uma das várias criaturas híbridas mencionadas no Clássico das Montanhas e dos Mares (Shanhai jing), que diz que as mesmas habitam a região da Grande Selva ao norte, na montanha chamada Cofre-Celestial-da-Extremidade-Norte. Esta menção aparece na parte que pode ser a mais recente desta obra, a qual pode ter sido composta em qualquer período entre os séculos III ou IV a.C. e os séculos III ou IV d.C.

Su Ruolan
(entre 1800 d.C. e 1950 d.C.)


O retrato é de Su Hui, uma talentosa acadêmica e poetisa do século IV que tinha o nome de cortesia de Ruolan ( "como uma orquídea"). Ela é famosa por um poema palíndromo que bordou em várias cores de seda para expressar seu amor por seu marido, que fora exilado para um ponto distante nas rotas comerciais da Ásia Central. 

Existem diferentes versões do poema. Uma delas tem 112 caracteres dispostos em oito grupos de 14 caracteres. Eles não fazem o menor sentido, a menos que o leitor comece pelo caractere "marido" na primeira linha e, em seguida, continue a ler no sentido diagonal descendente para a direita. Forma-se um verso perfeito de sete sílabas quando o leitor atinge a borda do desenho. Descendo um caractere no canto direito inferior do desenho, o leitor deve continuar na direção diagonal ascendente para a esquerda, a fim de obter o verso correspondente ao par. O leitor continua de forma semelhante até que o poema de 16 versos resultante termine na esperança de que o imperador permitirá que o marido da autora regresse e alivie sua solidão. Uma outra versão desta obra tem 841 caracteres. 

A imperatriz Tang, Wu Zetian, relatou ter encontrado mais de 200 poemas nesse padrão. Um homem do século XVIII, que deve ter dedicado bastante tempo ao enigma, alegou haver descoberto 9.958 poemas na obra.

Postar um comentário

2 Comentários

  1. Obrigada por partilhar essas imagens extraordinárias, é um grande prazer fazer uma viagem através da história pelas mãos de artistas!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não deixe de ver as demais postagens relacionadas Ignez... temos ainda Japão (3 partes) e Índia (atual)...

      Excluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...