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Sobre as várias formas de ouvir música




As maneiras de ouvir música mudaram muito ao longo de um século e pouco. Desde o fonógrafo de Thomas Edison (1877), as coisas vem se transformando no jeito de gravar e reproduzir sons. A viagem seria longa demais para uma postagem, mas vejamos o que conseguimos dizer de interessante a respeito. 

Muitas vezes quando ouço músicas tento lembrar ou, quando não posso, imaginar os sons e as sensações que produziram e ainda produzem nas pessoas, desde as primeiras gravações feitas no século XIX até os dias de hoje. A viagem é longa, tendo passagem por fonógrafos, vitrolas (com seus discos de vinil), gravadores de K7 (com suas fitas), aparelhos de CD, mídias digitais (com o MP3 e outros muitos tipos)...

Bom, não sou velho, mas me lembro de ainda ter ouvido alguns vinis em minha infância*. Era um momento de transição para os CDs, que haviam recentemente feito seu debut. Ao menos de maneira oficial, isso ocorreu em 1982, com um compact disc contendo valsas de Chopin, interpretadas pelo pianista chileno (naturalizado americano) Claudio Arrau**. Mas, música clássica realmente não fazia parte do repertório da família, que preferia sertanejo raiz, baladas românticas, outros sons mais POP e as lambadas, no caso materno.

Aliás, de início os CDs eram caros e os aparelhos mais ainda, por isso, ao menos em meu círculo familiar, as fitas K7 faziam enorme sucesso, junto com os vinis. Em casa havia várias e o legal também é que, além das oficiais e gravações de músicas tocadas nas rádios, podíamos fazer nossas gravações pessoais, algo divertido para quem ainda nem sonhava com internet e todos seus acompanhantes.

Aliás, me referi aos programas de rádio, algo que não era nada novo nos anos 1980. Nada mesmo. O mundo já os havia experimentado desde pelo menos a década de 1920. Nessa época teve-se a chamada "Era do rádio", quando os aparelhos antes usados pelo Exército dos Estados Unidos se multiplicaram velozmente e com eles os programas musicais por aquelas bandas. No Brasil a primeira transmissão radiofônica oficial foi o discurso do presidente Epitácio Pessoa, no Rio de Janeiro, em plena comemoração do centenário da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro de 1922**. 

Bom, mas estávamos falando a respeito da década de 1990, quando os CDs já ganhavam espaço em nossas vidas, eclipsando os discos de vinil, que foram sendo deixados num canto empoeirado da casa, juntamente com os toca discos, vulgarmente conhecidos como "vitrolas". Ao menos em minha home, sweet home, Bob Marley, Elton John, Michael Jackson, entre outros ícones marcavam presença com frequência (eu ainda não conhecia ELVIS PRESLEY), existindo em meio a isso os tipos sertanejos hoje considerados breguices, como Zezé di Camargo & Luciano, João Paulo (saudoso) & Daniel e Leandro (também saudoso) & Leonardo.

O rádio se manteve nesse contexto, ao menos para esta pessoa, até o início dos anos 2000. A partir daí se fizeram cada vez mais presente as músicas digitais. Os downloads foram se multiplicando, inundando Hard Discs, o que não era difícil pelo tamanho dos mesmos, além de no princípio atuarem os dinossauricos disquetes. Aliás, que trabalheira era transportar músicas em disquetes de 1.4 megabytes! zippar, dividir, esperar, descompactar... e ouvir.

Mas logo os CDs também começaram a ser ameaçados pelos downloads e também pelas piratarias. A pirataria que igualmente já não tem tanto espaço quanto tinha uns anos atrás; já os downloads vem exigindo uma reavaliação por parte de artistas e gravadoras, no sentido de repensar a forma de comercializar o que se produz ou o catálogo que se possui. 

O interessante nisso tudo é quando as pessoas (como eu) começam a reavaliar as coisas que importam, nesse a maneira de ouvir música, e voltam aos "velhos modos". Hoje não defino mais barreiras entre os formatos de mídia e os aparelhos para os executar. Em casa alterno entre ouvir discos, CDs e mp3 - nesse último caso é o que estou fazendo enquanto escrevo.

Por fim, penso que seja difícil entender o que as pessoas sentem em relação à música, cada um tem sua própria percepção da mesma, com seus gostos particulares. Mas, ao menos do meu ponto de vista, não existe "música velha", elas me soam quase sempre como atemporais. Aliás, as consideramos velhas quando já não nos servem mais.




Eu nasci em 1985, para quem ainda não sabe o significado do endereço do blog...rs.
** Mundo Estranho http://mundoestranho.abril.com.br/materia/qual-foi-a-primeira-musica-gravada-em-cd 

** História do Rádio http://www.microfone.jor.br/historia.htm

Outras informações:

http://www.infoescola.com/curiosidades/historia-da-gravacao-do-som/

http://www.brasil.gov.br/governo/2012/09/brasil-comemora-90-anos-de-transmissao-do-primeiro-programa-de-radio

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