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As eleições nos Estados Unidos e a reeleição de Barack Obama

Obama comemora a vitória. Foto AP


As eleições nos Estados Unidos talvez não precisassem de tanto destaque quanto as mídias de maneira geral (TV, jornais, internet, etc.), em nosso caso especialmente brasileiras, lhe de ofereceram. Mas, o mundo ainda se sente (e se sentirá por um bom tempo) "influenciado" pela grande potência, mesmo em um momento em que a mesma luta para superar a mais grave crise de sua história econômica desde 1929. Muitos países do mundo por vezes se sentem reféns de algumas questões envolvendo a terra do Tio Sam e a ONU (Organização das Nações Unidades, cujos principais mantenedores são os norte-americanos). 


O fato também é que sempre que se fala em EUA temos em mente questões internacionais e intervenções, que também envolvem o Brasil. Ambos os candidatos a presidência debateram em suas pautas questões envolvendo a comunidade internacional: a China, o Irã, a Síria e o recente antiamericanismo - neste último caso com a agravante do lançamento do filme anti-islâmico Inocência Muçulmana, que provocou revolta no mundo árabe e inclusive a morte do cineasta responsável.

Depois das votações, vimos que não foi uma vitória fácil, Obama não teve tranquilidade nos resultados, mas saiu vitorioso com a ajuda de jovens, mulheres, negros e latinos - enfim, das minorias. Em texto para o site CartaCapital, o colunista Gianni diz que "não foi uma vitória histórica como aquela de 2008. No entanto, a reeleição de Barack Obama, em plena crise econômica, representa a escolha da igualdade social para todos os cidadãos perante a Constituição. Por tabela, foi derrotada a pior face do conservadorismo norte-americano encarnado por Mitt Romney"*. 

Mas, também não podemos nos iludir por completo em relação aos quatro anos que virão. Embora ainda tenha a seu favor a esperança de muitos norte-americanos, inclusive muitos deles acreditando que a crise do país está por terminar; embora muitos acreditem que suas posições centristas, contra o ultradireitismo e o ultraneoliberalismo, serão favoráveis aos demais países que dialogam com os EUA; embora também muitos ao redor do mundo (inclusive eu) nos inclinemos para a candidatura de Obama e respiremos aliviados com a sua vitória; não podemos nos deixar a mercê e esquecer que, assim como todas as grandes potências atuais, há a busca por defender seus próprios interesses. Não podemos esquecer também que o Congresso americano é dominado pelos correligionários de Romney, o que por certo impedirá a tomada de medidas muito amplas e reformistas por parte do presidente democrata. 

Por fim, não podemos acreditar cegamente que as mudanças acontecerão à nosso gosto, afinal Obama é presidente dos Estados Unidos e mesmo que queira melhorar os diálogos e respeitar as soberanias nacionais, não pode mudar uma longa história de interferência, armada ou não, nas políticas e questões nacionais dos países ao redor do mundo. Pelo menos não em quatro anos. 

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