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Filme: "Stalingrado" (2013) [resenha]



Quando se vê um filme que tenha um título como esse, de uma batalha fundamental da Segunda Guerra, o que se espera é que ela conte de forma "verídica". Mas, não é bem esse o caso.

O drama de guerra lançado em 2013, sucesso de público, a mais rendosa bilheteria russa até o momento, usa a famosa batalha de Stalingrado, de novembro de 1942, mais como pano de fundo do que estivesse preocupada em uma reconstrução histórica, se bem que conte com todos os acompanhamentos que ela teria trazido da realidade, como: armas, fardas, cenários e mortes (embora não se veja corpos em parte, só inteiros)

Há que se dizer que este é um excelente filme de ação, com direito a estreia do cinema russo no formato IMax 3D, com qualidade superior das imagens, com muitos combates, tiros, demonstrações de força e etc.. 

Claro que os russos são vistos como heróis que enfrentam a ameaça de invasão alemã bravamente até o final. Se bem que também os alemães não apareçam tão caricaturados como se costuma ver por aí.

O enredo principal trata de seis soldados que recebem a incumbência de defender um prédio que ficava na entrada, de Stalingrado, no caminho das tropas que quisessem tomar a cidade. Ali eles encontram uma moça, única sobrevivente entre os morados daquela construção, que acaba lhes afetando diretamente e que compõe um dos lados da história; história que tem ainda uma outra moradora de Stalingrado que recebia (à princípio de forma indesejada) um oficial alemão em seu abrigo. De qualquer forma os personagens aparecem como lembranças contadas por um bombeiro enquanto socorre um grupo de alemães soterrados em um terremoto.

O idioma original do filme é russo, afinal, ele foi feito por russos, mas a versão de áudio que assisti é dublada em inglês. Nesse caso o engraçado é que o único áudio que permaneceu original é o alemão falado pelos nazistas que ocupam parte da cidade, sendo que as demais falas estão todas em inglês. Isso cria um embaraço, como em um diálogo em inglês por parte dos soldados nazistas, com direito a guia de conversação em mãos, para descobrir se uma moradora (russa) da cidade é judia.

Algumas outras coisas me chamaram a atenção no filme, nem sempre positivamente. É o caso dos soldados russos flamejantes que aparecem no desembarque que abre as memórias do bombeiro sobre a experiência de sua mãe na época da Guerra. Fiquei me imaginando pegando fogo, com olhar heroico, procurando o primeiro inimigo que eu visse pela frente para dividir minhas chamas mortais. Há controvérsias.

Uma outra situação que achei meio no sense no filme foram os combates matrix travados por alguns dos soldados russos no centro da localidade, com direito à tela lenta, golpes de facas, desvios milagrosos e coronhadas superpotentes.

Agora falando especificamente da história "real" em si, sabemos que os personagens do filme não travaram a "batalha final", como o título pretende, embora no contexto da Segunda Guerra o enfrentamento em Stalingrado, com tudo que vem depois do tempo-espaço congelado dessa reconstrução ficcional, tenha representado o limite da expansão nazista. Nessa mesma batalha, de forma ampla, morreram mais de 2 milhões de pessoas, entre militares e civis, e terminou em fevereiro de 1943.

Em resumo, o filme é bom, com muitos efeitos, com uma fotografia de excelente qualidade, tendo os limites apontados acima quanto ao conteúdo histórico ou sua ligação com ele. O fato inegável no fim é que haverá quem veja uma mensagem comunista na melancólica poeira vermelha dos prédios em destruição!

Assista ao trailer


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* Originalmente postado em 12/abr/2015.

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